História da região de São Miguel
História do Pastor Orlando
Aos dezoito anos, no ano de 1958, foi pela primeira vez levado por sua mãe ao Tabernáculo, localizado na Rua Padre Adelino, em um culto dirigido pelo Missionário Manoel de Mello.
Na direção de louvores deste culto, estava o saudoso Pastor Artur de Mello ministrando a canção “Quando a Angelical Trombeta” – a qual, já nas primeiras estrofes, falou direto ao coração e alma do jovem Orlando Silva. Naquele dia iniciava-se o chamado para a vida ministerial de alguém, que, em breve, se tornaria um ícone da obra O Brasil Para Cristo.
A canção lhe tocara de tal modo, que foi como se as trombetas (de que falava a letra) despertassem em seu coração uma coragem e perseverança das quais a igreja O Brasil Para Cristo tanto necessitava naquele momento. Coragem e perseverança essas que toda uma geração viria a conhecer na liderança do Pastor Orlando Silva com o passar dos anos.
Algum tempo após a sua primeira visita ao Tabernáculo, já se envolvia com os trabalhos na obra do Senhor, demonstrando um potencial de liderança que caracterizaria toda a sua vida. Ele presenciou a derrubada do templo na Avenida Álvaro Ramos, ordenada pelo então Prefeito Adhemar de Barros, o que lhe causou profunda dor em seu coração. Entretanto, a obra na qual se envolvera e a profunda consciência de seu chamado não permitiam espaços para o desânimo ou paradas. A igreja passou a se reunir em cinemas alugados, praças públicas e vários locais ao ar livre. Aonde quer que fosse local, fixo ou não, ali estava o jovem Orlando Silva, sempre disposto ao trabalho e atento às necessidades do Reino de Deus.
Em 1959 recebe o batismo com o Espírito Santo, em culto realizado numa congregação na Vila Mazzei. Estava selada a liderança nascente, de um homem que desde a sua idade mais tenra passou a dedicar a vida à Obra de Deus.
Em 1960 participou da construção do Tabernáculo, localizado na Rua Tuiuti, 1547, no Tatuapé em São Paulo. A partir daquele ano, passou a desenvolver trabalhos com os jovens, demonstrando uma liderança autêntica e incansável na organização e mobilização de massas. Suas atuações mobilizaram a organização das mocidades em São Miguel Paulista, Itaquera, Guaianazes, Vila Ré, Vila Jaguará, Artur Alvim e Vila Maria. Mais outros quarenta núcleos surgiram entre 1963 e 1965, período em que a fluência do seu trabalho e espírito dinâmico possibilitaram a realização de inúmeras passeatas. Foi nesse mesmo período, que exerceu a presidência da mocidade das igrejas O Brasil Para Cristo, sob a orientação do Missionário Manoel de Mello.
No ano de 1963, com a participação e estímulo do próprio Missionário, o jovem Orlando Silva funda a UNAME – União Nacional das Mocidades Evangélicas, hoje, JUBRAC.
Em 1964, na seqüência de um trabalho empreendedor, realizou o 1º Congresso Estadual da UNAME, fato até então inédito que possibilitou, em 1965, a realização do 1º Congresso Nacional (fotos). Em ambas as mobilizações, milhares de pessoas já acompanhavam aquele novo líder, que conquistava a simpatia e o respeito de todos.
Sensível ao que acontecia, e mantendo as arrojadas estratégias trazidas pelo Missionário Manoel de Mello, realizava passeatas para abrilhantar as grandes concentrações realizadas na Praça da Sé, Praça Roosevelt, Vale do Anhangabaú entre outros locais. Demonstrando grande desprendimento, as multidões se mobilizavam partindo da Pompéia até os mais diversos locais levando aquela disposição espiritual que viam em seus líderes, dentre eles o Jovem Orlando.
Ele foi um dos auxiliadores no processo de divulgação dessas mobilizações, que era feito na Rádio Tupi pelo Missionário.
Em meio a esta intensa seqüência de trabalhos do ano de 1964, no dia 18 de fevereiro, Orlando Silva recebe a consagração ao ministério pastoral.
Depois disso, seu trabalho com os jovens permanece até o mês de setembro de 1965, quando é chamado para outra etapa em sua vida, mais intensa e desafiadora.
Depois disso, seu trabalho com os jovens permanece até o mês de setembro de 1965, quando é chamado para outra etapa em sua vida, mais intensa e desafiadora.
Deixando o trabalho que vinha desempenhando com a UNAME, o agora Pastor Orlando Silva é enviado para o estado do Rio Grande do Norte, na companhia dos Pastores Antonio Simões Júnior e Artur de Mello, a fim de resolverem alguns assuntos pendentes da igreja. Durante quatro meses, permanece dirigindo a igreja em Natal – Capital Potiguar – em cooperação ao Pastor Antonio Simões.
Como líder, conseguia observar as coisas ocorrerem muito rapidamente em sua vida, Ainda assim, não perdia a percepção da importância das orientações do Missionário Manoel de Mello que, depois de algum tempo, o chamava de volta a São Paulo.
Em 17 de abril de 1966, em São Paulo, percebendo que o seu ministério já não comporta mais o estar sozinho, fica noivo e, após vinte e oito dias, em 15 de maio de 1966, casa-se com a jovem Neuza Lourenço.
Em 24 de maio de 1966, oito dias depois da celebração das bodas, parte com a esposa para o estado da Paraíba, local onde a Igreja O Brasil Para Cristo não tinha sequer uma congregação. Em sua companhia, seguiram o pastor Jorge Stoianov, a esposa Odete, e o saudoso evangelista Antonio Santos. Juntos, iniciaram os trabalhos naquele estado e capital (através de divulgação pela rádio local), com a realização de um culto no Teatro Municipal de Campina Grande, na data de 25 de julho de 1966. A partir de então, iniciava-se mais uma etapa vitoriosa na vida do Pastor Orlando Silva, agora casado e com uma ajudadora ao seu lado.
Não demorou para que outras cidades fossem alcançadas: Picuí, Nova Floresta, Cajazeiras, Rio Tinto, Mamanguape, todas no estado da Paraíba.
Em Campina Grande foram construídos dois templos e várias congregações e a obra crescia substancialmente.
Foi no estado da Paraíba que a família do Pastor Orlando Silva e sua esposa Neuza Lourenço Silva começou a crescer. Nasce a primogênita Noemi. Posteriormente nascem Karen Cristiane (em São Paulo), Orlando Silva Júnior e Alexandre Silva; ainda mais tarde, como um presente de Deus, o caçula Leonardo.
No ano de 1967, por indicação do Missionário Manoel de Mello, assumiu a supervisão das igrejas na região Nordeste. Neste período, unificou a obra na região, realizando vários encontros e concentrações.
Em 1971, novamente, a convite e sob a direção do Missionário Manoel de Mello, retorna para o estado de São Paulo. Em sua companhia, vieram os pastores Jorge Stoianov e José Oliveira Campos. Esses pastores, envolvidos em um mesmo ideal, trabalharam como auxiliares na igreja do bairro da Pompéia, cuja obra ainda se encontrava em andamento. Ali permaneceram até meados de 1972, sendo que neste período, intensificaram o auxílio, nos programas de rádio.
Em 1972, o Pastor Orlando Silva foi enviado pelo Missionário Manoel de Mello à cidade de Poá, no estado de São Paulo, onde assumiu o pastoreio da igreja local e mais algumas congregações. Nesse tempo, seu dinamismo e visão do futuro fizeram com que fossem concedidas autonomias administrativas às igrejas que se encontram em Santa Isabel e Ferraz de Vasconcelos. Permaneceu em Poá, até o dia 02 de abril de 1975, tendo a igreja, enquanto esteve sob a sua responsabilidade pastoral, se desenvolvido e crescido animadoramente.
Dois dias após a sua bem sucedida despedida de Poá, o pastor Orlando Silva, sempre orientado pelo Missionário Manoel de Mello, assume a responsabilidade de pastorear a igreja em São Miguel Paulista, que na época contava com cindo igrejas: Jardim Helena, Jardim Santa Maria, Vila Curuçá e Itaim Paulista, sendo esta última, a primeira a receber autonomia administrativa pelo Pr. Orlando, entregando o trabalho ao Pastor Benedito de Oliveira.
Durante vinte e um anos, a igreja em São Miguel Paulista teve o privilégio de ser pastoreada pela liderança singular do Pastor Orlando Silva, onde iniciou seu trabalho regional expandindo o ministério, construindo templos e formando líderes que hoje compõem a Região de São Miguel Paulista. Atualmente, este trabalho regional se estende até a região de Santo André, Diadema, o Tabernáculo em Vila Jacuí (o templo maior), o qual comporta mais de duas mil pessoas, e ainda os trabalhos na cidade de Jaú, Pederneiras, Araraquara, e Itapuí.

Destacada a inegável liderança, na gestão seguinte exerce a vice-presidência da Convenção Estadual sendo o segundo do Pastor Daniel dos Santos.
Dada à postura de liderança que jamais abandonou, à firmeza de seus discursos e sisudez de caráter, em 1982 chega à presidência da Convenção Estadual, e é reeleito até 1989, quando ascende à presidência do Conselho Nacional, permanecendo até 1999.
Durante a sua liderança em ambas as instituições surgiram projetos que permanecem destacados até o presente momento, dentre os quais o IBBC; A Folha O Brasil Para Cristo; a JUNEC, Oferta Missionária, e o OBPC Publicações.
O ministério expressivo deste destacado servo de Deus já não se limita apenas ao âmbito do território nacional, e passa a ser convidado a vários países do mundo, nos quais mantém a autentica postura que o fez ser quem é.
O tempo passa, os filhos crescem, e como conseqüência disso a família ganha novos membros.
Como homem de Deus que sempre foi, sente o privilégio de consagrar a pastor seu filho Orlando Silva Júnior, hoje, Dirigente da Igreja Sede em São Miguel Paulista.
O Pr. Orlando Silva passa a ser também o patriarca Orlando Silva, que juntamente com sua esposa Neuza Lourenço Silva, fiel ajudadora, vê a bem aventurança dos cinqüenta anos após ter aceitado Jesus Cristo e a chegada dos quarenta e quatro anos de um ministério frutífero.
No exterior, o Pr. Orlando representou a Obra em Assembléia Internacional na Austrália, Suíça e Espanha. Participou da AD2000 na Coréia do Sul, Japão e África do Sul. Fez parte da Comissão Latino Americana Pentecostal durante dez anos e participou de Assembléias e realizações de Campanhas Evangelísticas na Venezuela, Peru, Equador, Costa Rica, Chile, Argentina, México, Cuba e outros países da América do Norte, América do Sul e América Central.
Ainda assim não se dá por satisfeito nem se inclina cessar suas atividades. Permanece firmemente para contemplar o que já foi feito e, numa expressão muito simples e sincera, resume suas sensações dizendo “É bom!”.
A contemplação não é solitária. Conta com a concordância de inúmeros outros líderes com os quais conviveu e convive; conta com a aprovação de um rebanho que jamais deixou de reconhecê-lo como condutor de multidões.
Descrever o trabalho e ministério do pastor Orlando Silva não é tarefa que possa ser resumida em tão poucas palavras ou restritas linhas. Muitos detalhes fugirão à narrativa ou deixarão de ser mencionados. Deste modo, o meio mais simples de se poder compreender a vida do Pr. Orlando Silva é comparar a sua vida a uma árvore frutífera, da qual seus frutos podem ser contemplados entre os ramos e galhos que se saem da superfície para mergulhar no profundo.
Muitas pessoas fizeram ou fazem parte da vida deste homem. Todas muito importantes e, algumas delas, tiveram importância central no curso e significado de seu ministério. Portanto, a não citação de nomes tem por objetivo somente abrandar as sombras de esquecimento, tão presentes em narrativas que se propõem a ser fieis aos fatos.